O DESTINO DA CALMA
Rompe o fio flectido, desfralda ao vento,
A bandeira freme num desvario dançante,
Estandarte da ignava pele de amante
Que calcando as ondas vai ele isento.
Um fiapo da saudade adeja alto mar
Sob o flavo sol do calmo e cálido estio
Que ao longe avista após o vazio
Os lábios das águas, o porto a ancorar.
E logo atracando, aparelho o meu navio,
Como capitão desço ao chão sombrio,
Sem avistar sequer a viva alma.
Mas o coração ancorado pelo amor
Que navegou pela face da acerba dor,
Já conhece quando soprará a calma.
(YEHORAM)