CHEGAR AO FIM
Tudo, então, eu vi dolente, chegar ao fim,
Um vulto teu que dantes me era um corpo,
Vi afundar, diante de mim, feito um morto,
Vi sumir um lindo sonho de jasmim.
Então a tua mão me largou e foste levada
Pela correnteza, força da desconfiança,
Afastando foi, cada vez mais tua esperança,
Só me restando, agora, uma dor meio apagada.
Pois eu não te vi lutando para estar de pé
Muito embora fora forte o balouço da maré,
Apenas vi teu rosto inerte e contemplando.
Como se fora, isto, algo tão esperado,
Que tua alma, no âmago, já havia desejado,
Eu então cansei-me de estar sonhando.
(YEHORAM)