SALA DA FELICIDADE
SALA DA FELICIDADE
A sala da felicidade está vazia
Sem janelas, sem ar, a porta está fechada;
Bem longe do convívio da mulher amada.
Vivemos aqui a sós, eu e minha poesia.
Tantos anos de solidão, lenta, amuada,
Minha alma morta vive e lentamente esfria.
Dos tempos idos não sente aquela magia,
Inutilmente só vive a angústia do nada.
Sombra de carinhos vem de amigos de porta,
Quando beijam e abraçam uma alma já morta,
Que pensam feridas; minimizam a dor.
Mas tão logo seu ardor larga a alma inútil,
Determina-se ela que viver só é tão fútil
Se tanto sonha com um grande e doce amor.
Afonso Martini
290411