JUIZA
Como correm os rios para imenso mar,
Correm tuas mágoas aos poços da loucura
Cegas correm e levam tanta amargura
Quando tudo devia ser apenas me amar.
Quem, diante de ti, seria advogado,
Para me fazer sensatas e justas defesas?
Pois tu já és juiza e sem mais surpresas,
No teu iníquo tribunal já fui condenado.
Eu não vejo nisso menor sinal de amor,
Por isso já me retirei desta tua sentença,
O teu tribunal me julga com rigor.
Não suporto mais ouvir teus argumentos
Que são baseados todos em descrença,
Mas quem sabe se não te falam os ventos?
(YEHORAM)