VENTOS UIVANTES
VENTOS UIVANTES
Da janelinha da tua alma – exuberante,
A pulcra mãozinha – teus inefáveis dedos,
Me acenavam prometendo doces enredos
Do amor vivido em múltiplas vidas distantes.
Procurei inutilmente os físicos segredos
Seguindo a trilha aberta por ventos aivantes;
no sul fiz uso de diáfanos berrantes
no afã de sanar mal com raízes no medo.
As cordas vocais d’alma chamaram teu nome,
Nas no vácuo do tempo é súplica que some
Por ralos do tempo do amor, que a idade esfria.
Pranteia cristais a vã mente terena
O gozo dos corpos, ventura suprema
Quando a alma ignota pede essa doce alquimia.
Afonso Martini
230411