INSÔNIAS DE AMOR
INSÔNIAS DE AMOR
Quando deito e o sono à noite demora,
sonho acordado com lábios rosados;
carnudos, carentes, semiafastados
e o desejo do beijo em mim aflora.
Sinto-me jovem, de dons abastado,
nada do universo eu vejo lá fora,
só nós dois e Deus, sob lençóis, embora,
em frêmitos de amor, doidos, calados.
Se a vida é bela no plano terreno;
se a noite em segredo orvalha sereno,
estando sós neste mundo nós dois;
se a vida do corpo dura só um momento
pois a morte ceifa a vida a seu tempo,
espera-se o quê pra viver depois?
Afonso Martini
140411