INSÔNIAS DE AMOR

INSÔNIAS DE AMOR

Quando deito e o sono à noite demora,

sonho acordado com lábios rosados;

carnudos, carentes, semiafastados

e o desejo do beijo em mim aflora.

Sinto-me jovem, de dons abastado,

nada do universo eu vejo lá fora,

só nós dois e Deus, sob lençóis, embora,

em frêmitos de amor, doidos, calados.

Se a vida é bela no plano terreno;

se a noite em segredo orvalha sereno,

estando sós neste mundo nós dois;

se a vida do corpo dura só um momento

pois a morte ceifa a vida a seu tempo,

espera-se o quê pra viver depois?

Afonso Martini

140411

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 15/04/2011
Código do texto: T2910232
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