INGRATIDÃO

Eu que tanto busquei viver com nobreza

E de bom caráter sempre o peito enchia,

Na adversidade, no prazer ou autarquia,

Sem acepção de pessoas ou riqueza.

Dava amor imensurávelmente, doava eu,

Agia contigo na mais pura cortezia,

Cavalheiro, abnegado, dado a fidalguia,

Não hesitava em ser como Romeu.

Mas de tudo quanto fiz não deste valor,

Eu nunca ouvi tu declarares o teu amor,

Assim pensei: Ingrato coração, o teu!

Do que adianta o amor sem reconhecimento,

Se tudo quanto faz cai no esquecimento,

Se no fim de tudo o teu amor morreu?

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 10/04/2011
Reeditado em 07/01/2013
Código do texto: T2900436
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