Vassala
 
Minha alma está vazia, só, distante,
não sinto a própria pele, sinto nada,
e a poesia, triste e abandonada,
perdeu seu voo alegre e murmurante;
 
distante já se vai,  e vai cansada,
pisando as próprias mágoas segue adiante,
sem nada que a apazigue, pobre errante,
perdida em plena noite estrelejada;
 
apenas sinto o gosto da impotência,
da pequenez diante do universo,
e da existência inútil e fugidia;
 
entregue à própria sorte e contingência,
prossigo meu destino incontroverso,
vassala dessa dor que me excrucia.
 
Brasília, 10 de Abril de 2011.
Seivas d'alma, pg. 54
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 10/04/2011
Reeditado em 16/08/2020
Código do texto: T2900202
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