Quimera
Como uma pétala, borboleteando no outono
Febril adejando pelo sedoso e triste jardim.
Num leito, os seios dançam, em doce sono.
Arfando a doçura do venenoso jasmim.
Vagas claridades, que em teu corpo é dono.
Um leito de rosas que desejo para mim,
E essas pétalas, sem rumo, passam o outono
Ofegantes de luminosidade desejando o fim.
Dançantes na bruma, arfando fracas a cair
Tão singelas, como uma lagrima a sucumbir...
E em teu corpo, um leito para vagar sonhando.
Esta rubra brisa, de luminosidade e clarão,
São bailes, que num horizonte torna-se o salão...
Para que na eternidade seguem dançando.