EU, A BALA PERDIDA E O SEU ÚLTIMO OLHAR

Quando retorno desta imensidão desolada,

Venho sem acariciar o meu mundo interno,

Vi muitas coisas em maldade confrontada,

Onde nada parecia sobreviver neste inferno.

E sem que esta bala me perfurasse o sentimento,

Qual minha mente se prontifica na piedade lenta,

É também alvo do pavor convulsivo em sofrimento,

E de tanta agonia o meu pobre coração arrebenta.

Sei que moras na imensidão da sua palavra amiga,

Qual você a acolheu com educação na crédula paz,

Mesmo sabendo que tua sorte pudesse ser atingida.

Não reconheço a ira em teu olhar que me imploras e traz,

Parece sim que em meu doído peito ela já foi prometida,

Morte estúpida sem endereço, por ti ninguém chora rapaz.

Setedados
Enviado por Setedados em 29/03/2011
Reeditado em 31/03/2011
Código do texto: T2878471
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