Pranto e poesia

A esparramar o pranto em forma de poesia,
andejo assim, sem ter destino e rumo certo,
pisando a morna areia desse meu deserto,
na vida que, sem ti, carece de alegria.
 
Chorar o meu penar, bem sei que não devia,
mas eu estou tão só e nunca estás por perto,
cansei de prosseguir no meu caminho incerto,
razão porque fiquei ainda mais sombria.
 
E assim perdida passo tantos dias, anos,
a lamentar a imensa dor de tua ausência,
que escapa sem cessar nos versos que componho.
 
O bem-querer, enfim, às vezes nos traz danos,
porém amar é dom, na sua própria essência,
porque contém, em si, a luz do encanto, o sonho.
 
Brasília, 26 de Março de 2011.
Seivas d'alma, pg.89.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 26/03/2011
Reeditado em 17/08/2020
Código do texto: T2872470
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