MISÉRIA
Do amor não sabe mais, pobre coitado
Quando brincava junto de verdade
Hoje se pega só, desesperado
Brinda a recordação com dualidade
E por assim dizer, fica aclarado
O bestial ultraje que lhe invade
Seja aonde for que fique, o sonho foi
Sob o êxtase da luz ou sob o breu
Seja-lhe tal fragmento como um véu
Tal homem compadece e se corrói
Sucumbe ante um cenário fariseu
Ébrio de si, que bebe como herói
E se exaspera e vira um cu-de-boi
Tropeça tonto e cai pelo tonel