IDEAL
Era moço ao sair, levando uma esperança
e a algibeira vazia, em pós do meu destino.
Sobre urzes caminhei ao sol ardente e a pino,
sem complexos ou mágoa, alma tranqüila e mansa.
Transpus ermos à noite. A escalada não cansa
a quem persegue um sonho, um ideal genuíno.
Dia e noite, soalheira ou frio, era o meu hino
um cântico de amor e eterna confiança.
Confundido no bem, se o bem é o que suponho,
não recusei um sonho a quem pedia o sonho,
não recusei amor a quem amor pedia.
E afinal... Oh ilusão! Oh encantada esperança...
O longínquo ideal, a gente, não o alcança,
por muito que ande - dia e noite, noite e dia!