REBATE & MAIS
REBATE
Amor e Esperança, que coisa mais antiga!
Temática batida, tais como são batidas
As emoções humanas; são sempre repetidas
Enquanto a humanidade em seu andar prossiga,
Cantando as gerações a perenal cantiga
Aos ouvidos dos jovens, idéias incontidas,
Os velhos mastigando, em sagas percutidas,
Deveres familiares que a pátria nos obriga...
E é dele que se vive, desse amor renovado
Pelo que não se tem, o prêmio cobiçado
Que o passado redime, que traz enfim bonança;
E é dela que se vive, desta triste esperança
Por tantas frustrações colhidas no passado,
Não mais que a luz esquiva que nos recusa o fado...
SINGSONG
NOT MUCH IS LEFT
FROM WHAT I THOUGHT,
I FEEL BEREFT
FROM THAT I SOUGHT.
SO MUCH IS CHANGED
FROM FIRST INSIGHT,
MY MIND IS SINGED,
MY HURT IS BRIGHT.
WOMEN FICKLE BEINGS,
NEVER TO BE TRUSTED,
HEARTS IMPREDICTABLE,
FEISTILY UNMOVABLE,
WARM LIKE SPRINGS,
ONLY TO BE LOVED.
CLOSURE
In fact, you are right, I have spent
far too much time, and then neglected
interest and duty; alike disrespected
those inclinations to which I had lent,
in former times, pledge and allegiance.
'Tis time to withdraw, to break camp,
to douse the fire, to turn down my lamp,
to close my book and initiate an instance
in which no more good money shall be sent
after bad, and to stopper heartbreak,
worry no more for deed inconsequent
brought forth from you; and then, repent
the very withdrawal, if you take
the hurtful words back... and thus consent.
EMPTINESS
I feel no torment, taste but boredom
for things told once and then repeated,
for pledges made once and then completed,
for freedom swapped vainly for my thralldom.
There is no reason left for insisting,
all has been said, has been told again,
remarked and experienced, for no gain.
no breakthrough in mind so resisting.
There is nothing to do, the wait is done,
reason to wiles submit no more:
where Nothing were, Nothing there is to part;
where Nary was made, Nary's to be undone.
My hands grasped Nothing, and galore
is that Nothing brought in to fill my heart.
RECUSA
Que é amor, afinal, a gota de ouro
que oscila no cadinho do alquimista?
E que mais é a esperança que a conquista
fugaz e transitória do desdouro...?
Que é amor, afinal, a entrega apenas,
fibra após fibra, de sangue e coração?
E a esperança, me diz, o que é, senão
a sursis temporária destas penas...?
Tão naturais, que a própria vida humana
nada mais é do que um ideal desfeito?
Amor, então, consorte da esperança,
nos aparece assim, nessa esquivança,
de receber a sorte desumana,
ao instalar-se, enfim, dentro do peito...
DELÍCIA
No fim das contas, eu até que gosto!
Percebi de repente, num sorriso,
que adoro esse teu dar-se de indeciso,
apenas aos golinhos, doce mosto
que me entregas nos lábios, gota a gota!
É como se nós dois, adolescentes
de novo fôssemos; e vezes infreqüentes
tivéssemos trilhado a antiga rota!...
E tudo vem de novo e renovado,
qual eu queria sempre, descuidado,
irresponsável, mesmo num portento:
que apenas nos toquemos, nos beijemos,
que sensações apenas provoquemos,
sem completar nosso carnal momento.
IRRELEVÂNCIA
Queria compreendesse o quanto dentro dalma
Eu sinto por te amar, assim, de corpo e alma;
Eu sinto por querer-te, enfim, sem que esta calma
Me dê certeza então do igual amor antigo;
Me exponha o coração ainda a outro perigo:
Que ousando assim te amar nessa ousadia certa,
A vida então te arrisque a pena e dor incerta,
Que em todos nossos atos devamos tão alerta
Guardar o coração; que assim dissimulemos
E nossos sentimentos, sem mais razão, guardemos
Apenas ao prazer dissimulado e frio.
E nessa ação vulgar, comum, de desvario,
O nosso amor se avilte; e então nos entreguemos
A encher de carne o bem que o amor deixou vazio.
CONSELHO PARA MIM
Apenas quem te ame te pode compreender,
meu bom amigo e, enfim, perdoar-te o teu querer,
tão solitário e mudo no mesmo distender
da carne pelo ideal, da mente por dever.
Apenas quem te ame e queira dar-te abrigo,
tomar-te sob as penas, livrar-te do perigo,
que trazes dentro d'alma, que já nasceu contigo,
que nunca rebrotou, que já morreu de antigo.
Apenas quem te ame e veja tudo e queira
amar-te mesmo assim: amar-te pela poeira
que trazes aos cabelos, a poeira derradeira.
Apenas quem te ame e o mesmo ideal pressinta,
apenas quem te ame e igual rancor não sinta,
que, por te querer bem, de ti não mais requeira...
RESSALVA
e, no entanto, como este ardor que abrasa
minh'alma mesma Tanto me espicaça!...
eu bem quisera furtar-me ao fado e à taça
comum da humanidade, que se atrasa
por tanta pressa ter, mas tão ansioso
eu fico de querer-Te, ao ver que Tu me queres
que me terias e, em beijos, Teus prazeres
seriam meus, num jogo buliçoso,
que me atolo no fogo do sarçal
do Teu estranho ardor, tão virginal,
no mesmo resultado tão frustrante,
qual virgem mesma fosses, não mulher
num gozo lancinante; sabendo quanto quer,
não me concede o orgasmo cintilante.
CONTRACEPTIVO
Não é que eu queira parecer bonzinho,
mas realmente, não sei guardar rancor:
por mais que alguém me fira ou trate em desamor,
a raiva que me inspira é fraca e, de mansinho,
escorre pelos dedos, em saga de ampulheta,
como se fosse o sol tapado com peneira,
ou água de garimpo, deixando, alvissareira,
um que outro grão de ouro, em bênção bem secreta.
Sequer desejo aqui dizer faça-me bem
perdoar os outros --- em gesto meigo e doce.
Perdoa quem odeia ou quem amou tão bem
a quem por seu amor tão pouco amor lhe trouxe.
E o ódio para mim é estranha exaltação
que aborta sem apoio qualquer do coração.
LONELINESS wm. lagos, may 10 '06
(over a poem written by cláudia mouta)
O sweet love of mine, so sad
It is to be away from you, so far,
Time won't pass, it feels so bad
All's away, my happiness to mar!
O my love, passion grows stronger
When you're away, the time of waiting,
Hard to live through, till no longer
Kisses to and fro the wind blowing.
Life turns a torment, seemingly time
Never goes by, it lingers yet
On the time of waiting, and I expect
For the hour in which I'll be thine.
You are my warmth, my love, my yearn,
While fervor remains a constant concern.
CONTROLE
Certas coisas existem, que até fisicamente
parecem-me impossíveis: o ódio, por exemplo,
exceto de um instante: o rosto que contemplo
posso enxergar envolto em véu vermelho e quente.
Talvez, nesse momento, a frase de rancor
e mesmo a violência, quiçá por um momento,
se torne então possível; porém o turbulento
e inquieto coração controlo sem torpor.
E logo traspassado o assomo de arrepio,
o ódio tremeluz e esvai-se, em mil tremores.
Minh'alma internamente retorce em estertores
e o punho entrecerrado, em gesto fugidio
deixa de ser crispado e assim não mais remói
o ódio dentro d'alma que a própria alma destrói.