A VERDADE

Não é minha a verdade, certamente,

nem do vizinho ou do que está no canto.

É de nós todos, de ninguém, somente

de Deus que é o tudo e o todo, Eterno, Santo.

Aceito por verdade o que convence

a minha consciência e não faz mal.

Não quero que se diga ou que se pense

que passo de um comum e vil mortal.

No meu resto de vida rude e austero,

viver em paz, manter-me no respeito

do semelhante, é tudo quanto espero.

A lembrança do filho e algum amigo,

isso me bastará. - Último preito,

os frios sete palmos do jazigo...