O ESQUECIMENTO
Não dá para esquecer: Um sonho. Nos seus braços
Corria mansa a vida. O amor de adolescente
Ensejava a esperança e a fé. Primeiros passos
De um mundo idealizado – o futuro da gente.
Eu e você. A casa erguida na colina
No mais alto do topo. A fonte. O minadouro.
Um córrego descendo. A água cristalina
Banha meu corpo e o seu. Aqui nosso tesouro.
Vem o primeiro filho, agora somos três.
As vacas no curral. As cabras. As galinhas.
Crescia a vida. O tempo andava mês a mês.
E fomos quatro, cinco... O tempo, ano a ano
Levou a mocidade. Os filhos e as vizinhas...
De nós o esquecimento, em nós o desengano...
14-11-04.