Veludo
Entre lençóis brancos, dormia minha amante.
Pálido anjo, que num lábio rosa ainda gemia
De amor, Num respirar eufórico e ofegante...
Neste lençol branco, será que apenas dormia?
Num ai! Doce, numa voz fina, pobre e sufocante,
Neste teu ultimo choro que no fino veludo caia,
Beijarei a tua boca, um ultimo beijo minha amante.
Pois teu lábio pálido, rosa... Neste ultimo gozo calaria?
Morria? Num gozo eufórico, neste teu doce gritar.
Acordando de um choro, de uma calma palpitação
Não mais morria, com um lábio doce a cantar.
Neste veludo de amor, leito nosso de salvação,
Onde dormirei em teu colo, tendo você para ninar
Nesta tua voz de gozo, tocando-me o coração.