Soneto ao Perdão
Dói na alma todo errar do meu corpo,
Partem as calmas qu'eu tinha contigo!
O que se fazia risos, se faz sal em copo,
Se faz gosto que sangra como castigo...
É como sentir o cortar d'umbigo,
É como o partir do feto sem ter nascido...
Um filho sem os olhos dos pais como abrigo!
Agora sou pedaço por mim esculpido!
O que me tornava o mais limpo dos rios,
Agora tornou-se o mais sujo dos cantos vazios,
Espero que Deus me estenda a mão...
Sou agora pedaços no fundo dos fossos,
Agora espero o colher dos ossos insossos,
Agora com alma de joelhos te peço perdão!