S.O.S

Sou deserto desolado, alma fustigada

Germinal de sonhos, poesia inacabada

Sou sede insaciável, sonolento dardo

Musa metálica, indomável, olhos pardos.

Sou rituais planetários, sulfúricos, seminais

O sonho insepulto que dorme acordado

Debulhar de lágrimas, acre riso parco

Esperma espremido de sabores sazonais

Sou a mão trêmula, flâmula, paciência

Sou o silêncio, grito, morte, giz e dor

Metáfora eufórica, etérea, una, onírica.

Sou a agonia mendicante, explícita

O vão, a porta, o pão, a rota, amor

Mãe-terra, mãe-água a pedir clemência.

Vivianna di Castro
Enviado por Vivianna di Castro em 07/03/2011
Reeditado em 23/04/2011
Código do texto: T2833001