A TEMPESTADE

OFEREÇO à RAQUEL

Como se fora uma serpente coruscante,

Veloz, cortando o espaço em todos os sentidos

Fende as nuvens relâmpago gigante,

E a chuva cai em roucos estampidos.

As águas descem embebendo adiante

O monte, a várzea, os campos coloridos...

E intumescem ribeiros na excitante

Demonstração de força e de ruídos.

Toda a floresta encolhe a verde rama

Chorando a cântaros no enfolhado chão...

E a tempestade em fúria ainda brama.

E quando as chuvas cessam, de roldão

Abaixam os riachos... Seca a lama...

Tudo se alegra na bonança, então!