DE PROVEDORA A MUSA
DE PROVEDORA A MUSA
Pobre mulher, que em mádida manhã despertas,
lindos sonhos de amor, sobras da flava aurora,
(contenha teu pranto, por ti tua alma já chora,)
guiam teu acre coração por vias desertas.
Teu dia é curto, o labor intenso o devora,
ganhas o pão dos teus filhos, cobrindo a meta
a ênea concorrência é lei da procura e oferta.
A necessidade urge, o dá cá do aqui e agora.
Muito intenso é o amor pela vida e a prole
na faina da vida, não admite recusa;
luta a mãe separada, sob Divo controle.
Porém se o império da arte na mulher se acusa
E o aedo a vê como tal, não por mero console,
por respeito ao gênio faz dela sua musa.
Afonso Martini
010211