SABOR DA ARTE (série sabores - I)
SABOR DA ARTE (I)
Sábio Deus, vós sabeis bem tudo o que se passa,
os fios do insólito que ligam os humanos;
a vil solitude que envolve o desengano
que em campos de vidas a dois se desenlaça.
Falsos alarmes de saborosos arcanos
que ferem os corações pintando desgraças;
que malogros prometem às almas com laços,
decepções humanas com que nos deparamos.
Meu Pai, poesia é engodo, embora seja arte,
nesta vida do vate em negra solidão
se a brisa amena do sopro da arte o enfarta?
Mas, ah! da insana espera transcende a ilusão
é carícia de pluma na mente destarte
mas fere o silêncio do sabor da emoção.
Afonso Martini
250211