CRONOLOGIA DO AMOR
CRONOLOGIA DO AMOR
Quando nós homens, cronologicamente,
transformamos horas extras em anos;
quando no caminho nos deparamos
com o espelho e nos vemos diferentes;
mesmo assim, pelo que somos, amamos,
e quando solitários e carentes;
se aprendizes somos, ou, quiçá, lentes,
é uma companheira que procuramos.
Mas o mundo hodierno nos ensina
que quem gosta de idoso é reumatismo
porque o jovem não sente e discrimina.
Coração sem banho de fanatismo
com ouro de amor sobrando na mina
busca não dar azo a tanto cinismo.
Lendo um poetrix do sol que ama a lua nova,
espiei o rastilho dos anos vividos e inspirei-me em
Margareth D S Leite para criar este decassílabo.
Afonso Martini
240211, 22h.