ENSIMESMANDO ATEÍSMOS

ENSIMESMANDO ATEÍSMOS

Por que voltaste ao hangar, teu paço inerme,

(se tu no espaço alcançavas latitudes,)

onde suportas mil grilhões em tons tão rudes,

sintas-te, embora, aqui, um pesado paquiderme?

Será por que teu ledo riso não te ajuda

na conquista da femínea e suave derme?

Se em venais auroras no amor tu foste cerne,

será que as bastas cãs tem já odor de ataúde?

Posto que a alma em sua essência nunca envelhece;

o coração padece amaras consequências,

lega ao corpo sua cruz, que também padece.

Será a dura lei do elemento a decadência

que se louva na idade e o doce amor fenece

nasce a vida, ama (ou não), obra e entra em falência.

Afonso Martini

180211

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 18/02/2011
Reeditado em 18/02/2011
Código do texto: T2799511
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