MEU SONHO MORTO *

Tem muito a ver comigo este retrato

Dum sonho que morreu sem ter morrido,

Jazia, pois inerte, sem de fato...

Deixar de respirar, só ter caído.

O amor que me morreu, não ter nascido...

Não mataria o sonho dum tão grato

Coração que de amor era incontido,

E pôs-me pra rezar o mais sensato.

Baixinho pra não ser inconveniente,

Com fé, quem sabe assim reconfortá-lo

Dessa morte que está viva ainda em mim.

Dormia entre umas flores pertinentes,

E eu, cá na minha crença fui vassalo

Do sonho que eu não cria ter um fim.

Luiz Moraes – fev/11.

* Inspirado no belo soneto SONHO MORTO de Florbela Espanca.

Kid verso
Enviado por Kid verso em 18/02/2011
Reeditado em 18/02/2011
Código do texto: T2799160
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