Nimbos de bronze que empanais escuros
o santuário azul da Natureza...
.(Augusto dos Anjos)
Nimbos
Nimboso dia prenhe de tristeza,
de imensa solidão tenaz, profunda,
que assim me torna débil, iracunda,
perdida e só no limo da escureza.
Ah! Triste dia, sem fulgor, beleza,
funesto e cinza, a tudo, enfim, circunda,
transporta o breu do tédio, em que se funda,
ao cerne de minha alma, frágil presa.
Faminto chega e já devora tudo,
voraz, se embrenha em mim, demais sanhudo,
e esgarça os sonhos, todas as quimeras.
Nimboso dia! Quero que te vás!
Desejo, apenas, calma e muita paz,
a luz do sol e belas primaveras.
Brasília, 13 de Fevereiro de 2011.
Seivas d'alma, página 17