Sonhar?
Diálogo com Augusto dos Anjos
Mas para que sonhar, manter quimera,
se tudo acaba e cai na mesma vala,
se a vida, torpe e vil, nos avassala,
e o tempo, qualquer sonho, dilacera.
Sonhar? Eu juro que sonhar quisera!
Mas todo sonho morre e tudo cala,
até a própria vida – em toda escala -
é flor que murcha em plena primavera.
Se tudo é só quimera e morre o sonho,
se a morte vive sempre na antessala,
à espera desses sonhos, impiedosa,
não há porque viver esperançosa,
se a morte, faz da vida uma vassala,
e do viver, um fado tão bisonho.
Brasília, 11 de Fevereiro de 2011.
Livro: Sonetos diversos, pg. 29
Diálogo com Augusto dos Anjos
Mas para que sonhar, manter quimera,
se tudo acaba e cai na mesma vala,
se a vida, torpe e vil, nos avassala,
e o tempo, qualquer sonho, dilacera.
Sonhar? Eu juro que sonhar quisera!
Mas todo sonho morre e tudo cala,
até a própria vida – em toda escala -
é flor que murcha em plena primavera.
Se tudo é só quimera e morre o sonho,
se a morte vive sempre na antessala,
à espera desses sonhos, impiedosa,
não há porque viver esperançosa,
se a morte, faz da vida uma vassala,
e do viver, um fado tão bisonho.
Brasília, 11 de Fevereiro de 2011.
Livro: Sonetos diversos, pg. 29