HOMENAGEM A FAGUNDES VARELA
Eu passava na vida errante e vago
Como o nauta perdido em noite escura,
Mas tu te ergueste peregrina e pura
Como o cisne inspirado em manso lago,
(Fagundes Varela)
HOMENAGEM A FAGUNDES VARELA
(Mario Roberto Guimarães)
Vivias o abandono dos incautos,
Sem ter na vida o tão sonhado prumo,
Que te servisse por certeza e rumo,
Fazendo, dos fantasmas, teus arautos...
Mais eis que a chama da paixão, o sumo
Sentimento, teu coração aos saltos
Deixou, como se a voz de mil contraltos
Chegasse aos teus ouvidos - e em resumo,
A ela te entregaste inteiramente,
A esquecer de tudo o mais em volta,
Como se só a tua amada houvera...
E, como precursora da quimera,
Ela saiu por esse mundo à solta,
Deixando-te a saudade por presente.