CHAMUSCADA...

CHAMUSCADA...

Não dás mínimo crédito àquilo que digo,

após já ter tirado do couro a correia.

Foi podre o couro do mundo que te rodeia,

logo, achaste o homem, mas jamais um ombro amigo.

Se co’amor teço em torno de ti minha teia

e se as pontinhas manhosamente interligo;

se apesar disso comover-te não consigo,

pelo crime de não amar, mereces cadeia.

Mas é só pranto que meu coração conhece.

Não tenho teu amor, sendo tão amiga a lua!

Mistérios que a própria razão desconhece.

Sinto tua alma que em torno da minha flutua

e é com meiguice que a acarinho docemente.

Mas ah! Minha boca está tão longe da tua!

Afonso Martini

240111

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 24/01/2011
Código do texto: T2750022
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.