“A mágoa altera as estações e as horas de repouso, fazendo da noite dia e do dia noite”. -- William Shakespeare
Ciclos 22
Amou demais alguém, com tanta luz, magia,
e logo se entregou, com ilusão, candura,
mas conheceu, depois, a amarga desventura
de ver partir alguém, que tanto bem queria;
a mágoa transmutou a sua noite em dia,
e o dia se abrumou, tornou-se noite escura,
plantando, dentro d’alma, tanta dor, tristura,
que estilhaçou a paz, seus sonhos, fantasia;
carrega na alma o fel, o estigma do abandono,
que rouba o seu verdor, também sossego e sono,
e torna o seu viver um triste e duro enfado;
a mágoa por não ter o seu amor ao lado,
tornou-a um pobre ser, choroso e amargurado,
e sua primavera o mais tristonho outono.
Brasília, 24 de Janeiro de 2011.
Livro: Ciclos, pg. 46
Ciclos 22
Amou demais alguém, com tanta luz, magia,
e logo se entregou, com ilusão, candura,
mas conheceu, depois, a amarga desventura
de ver partir alguém, que tanto bem queria;
a mágoa transmutou a sua noite em dia,
e o dia se abrumou, tornou-se noite escura,
plantando, dentro d’alma, tanta dor, tristura,
que estilhaçou a paz, seus sonhos, fantasia;
carrega na alma o fel, o estigma do abandono,
que rouba o seu verdor, também sossego e sono,
e torna o seu viver um triste e duro enfado;
a mágoa por não ter o seu amor ao lado,
tornou-a um pobre ser, choroso e amargurado,
e sua primavera o mais tristonho outono.
Brasília, 24 de Janeiro de 2011.
Livro: Ciclos, pg. 46