"D'amor tenho provado tal desgosto,
Esta agrura que nunca se conforta,
Que se arrasta no corpo, flébil, morta,
Tal dor que a tua falta me tem posto."


Derek Soares Castro (Lenços orvalhados)

 
Tristura

A dor que tua falta me tem posto
e deixa a minha vida  lacrimosa,
tornando-a frágil, só, desventurosa,
expressa está nos vincos de meu rosto.
 
O meu viver tornou-se eterno Agosto,
e assim, sem ti, tornei-me uma andrajosa,
que vaga ao léu, sem lume, mui chorosa,
que já não tem por cousa alguma gosto.
 
A dor que me tem posto a ausência tua
transforma o meu viver em noite nua
sem lua, sem estrelas, sem fulgores.
 
A tua falta traz a mim tristura,
perdida fico nessa noite escura,
sorvendo a seiva dessas minhas dores.
 
Brasília, 20 de Janeiro de 2011.
Sonetos Diversos, 59
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 21/01/2011
Reeditado em 20/08/2020
Código do texto: T2742082
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