Uma Dama em Meu Leito
Oh dama! No cetim de minha doce cama dormia?
Embalada pela prateada lua que espia pela janela
No lábio... O gozo louco de minhas noites morria
E em seu colo, a coroava, pois ainda és muito bela.
Durmas minha dama. A noite de ventura minguaria.
Seu hálito doce, como a luz fraca de uma fraca vela,
Entra em minhas lembranças, por onde caminharia.
Assombrando-me meus poemas: pois ainda é ela.
Em seus seios durmo, pela noite incerta embalada
Que em sombras, os olhos navegam mergulhados.
Quando no céu nasce uma escarlate alvorada.
Em minha cama, ela ainda dormia desmaiada.
Sua pele, que no lençol eram acariciados
Agora a mortalha com a amiga morte embalada.