Uma Dama em Meu Leito

Oh dama! No cetim de minha doce cama dormia?

Embalada pela prateada lua que espia pela janela

No lábio... O gozo louco de minhas noites morria

E em seu colo, a coroava, pois ainda és muito bela.

Durmas minha dama. A noite de ventura minguaria.

Seu hálito doce, como a luz fraca de uma fraca vela,

Entra em minhas lembranças, por onde caminharia.

Assombrando-me meus poemas: pois ainda é ela.

Em seus seios durmo, pela noite incerta embalada

Que em sombras, os olhos navegam mergulhados.

Quando no céu nasce uma escarlate alvorada.

Em minha cama, ela ainda dormia desmaiada.

Sua pele, que no lençol eram acariciados

Agora a mortalha com a amiga morte embalada.

lord crow
Enviado por lord crow em 18/01/2011
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