A ALMA QUE CANTA
A alma que canta, em versos dolentes,
O amor que ilumina a noite mais densa,
Reflete a força da paixão intensa,
O puro delírio, em corpos silentes
E vai-se a razão (a mente não pensa),
Ante o desejo e a volúpia prementes,
Do mundo, tornam-se, ambos, ausentes
E só o prazer marca sua presença,
No toque que cala a voz e a pena
E infunde calor aos corpos que amam
E às almas, infladas, por tais carícias,
E em meio à sem par fonte de delícias,
Emanam desejos (afloram e clamam),
Qual foram a chave da vida mais plena.
Este soneto foi uma interação ao magistral soneto "Gozo", da amiga Ana Flor do Lácio. Obrigado, Ana, pela inspiração.