Vingança

O pútrido espectro que jaz no teu leito de consorte

E que a vil agonia consome em sede de sôfrega fera

Peregrina rumo a mais tenebrosa e baixa esfera

Sem ver o resquício de coisa alguma que o conforte...

Não existe em ti padecimento algum que a mim importe;

É chegada a vingança que a dor do meu ódio há tanto espera!

Venho presenciar a moléstia que tanto te exaspera

A te consumir no que te restou pelo golpe mais forte...

Sou feliz que tenhas colhido essa triste e amarga sorte,

Pois que me infligiste todo o martírio que puderas,

Fizeste meu lar o torpe covil de asquerosas megeras...

Que então desfacelem uma a uma as tuas quimeras,

Que feneçam e sequem todas as tuas primaveras,

Que destarte eu mais me comprazo em cantar a tua morte...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 02/12/2010
Código do texto: T2648669
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