Vingança
O pútrido espectro que jaz no teu leito de consorte
E que a vil agonia consome em sede de sôfrega fera
Peregrina rumo a mais tenebrosa e baixa esfera
Sem ver o resquício de coisa alguma que o conforte...
Não existe em ti padecimento algum que a mim importe;
É chegada a vingança que a dor do meu ódio há tanto espera!
Venho presenciar a moléstia que tanto te exaspera
A te consumir no que te restou pelo golpe mais forte...
Sou feliz que tenhas colhido essa triste e amarga sorte,
Pois que me infligiste todo o martírio que puderas,
Fizeste meu lar o torpe covil de asquerosas megeras...
Que então desfacelem uma a uma as tuas quimeras,
Que feneçam e sequem todas as tuas primaveras,
Que destarte eu mais me comprazo em cantar a tua morte...