DONA
Leva-me com a maior facilidade,
Como folhas levadas ao vento;
Leva-me o coração e o pensamento,
Como dona da minha vontade;
Leva-me, assim, de peito aberto,
Dobrado ao teu jugo e ao teu desejo,
Como se nas águas do teu beijo,
Eu fosse um barco sem um rumo certo.
Que valem minhas forças, meu destino,
Se diante de ti sou um menino,
E, desamparado, me entrego?
Tu és a minha dona e eu sou teu,
Aquele que de amores se perdeu...
És o guia deste pobre cego.