ESPERANÇA
Morro, mas morrerei contigo,
Sonho, quimera, minha utopia...
Louco na cética desarmonia
Dos meus dias, o teu castigo.
Morro e nasço todo dia,
Como o sol sobre meu abrigo,
Nas telhas do casebre antigo.
Eu sou atreva que ontem luzia.
Sou o ideal que não realiza,
Sou prece vinte e quatro horas,
Sou o que espreita nova expéctativa.
Enquanto vivo, sou o que morre...
O que não cessa sou, vinte e quatro horas,
No ser, coisa fugídia que em mim morre.