O CORAÇÃO
Meu coração éum combóio de cordas sensíveis,
Movido ora por vontade própria, ora por milagre.
Por ele jorra sangue turbinado por conduções indivisiveis,
São artérias, são veias exangues, divinal alácre.
Bate com o fragor dos cavalos incansáveis,
E se cansar um dia, hei de beber o vinagre
Que lava à alma e as feridas intocáveis...
As cismas de amor em mim agre.
Aqui... Ali, comanda as coisas... se entrega...
Amor, paixão, amizade, puro... sentido...
Ele é o rei que reina sem nenhuma trégua.
Oh, pobre coração que não é traduzido...
Sofre tanto, por amor não se nega
Jamáis amar neste peito trazido.