SONETO DA PERSEVERANÇA
Despeça-se, mas não com um adeus;
Diga, simplesmente, até logo!
A dor pode ser ceifada por Deus,
Nessa ópera prometida, já no prólogo.
Nunca feche os olhos para a vida,
Mas desafie, sempre, o dia seguinte
A encobrir a dura tristeza da lida
E descortinar um sonho com requinte.
Nem todo alento precisa estar perdido,
Para que se acabe com a doce companhia
Dessa camuflada amiga, chamada poesia.
Basta ver que tudo fala, no dia a dia
A fim de que o cruel tempo seja vencido
E ao final da jornada, tudo faça sentido!