Resignação
Quisera ser estrela no infinito,
no aveludado céu de noite escura,
vagar por entre os astros, lá na altura,
mas vivo neste mundo tão restrito;
quisera ser, da dor, profundo grito
mas, dentro em mim, a minha voz se amura,
embora seja enorme a minha agrura,
da goela não me escapa tom aflito;
quisera ser gaivota, que revoa
nos céus dos mares verdes, sobre o oceano,
mas vivo aqui no chão, pisando rocha.
Quisera ser a chuva e sou garoa,
eu sou apenas flébil ser humano,
queimando em pleno inferno, ardente tocha.
Brasília, 16 de Outubro de 2010.
ESTILHAÇOS, pg. 108
Quisera ser estrela no infinito,
no aveludado céu de noite escura,
vagar por entre os astros, lá na altura,
mas vivo neste mundo tão restrito;
quisera ser, da dor, profundo grito
mas, dentro em mim, a minha voz se amura,
embora seja enorme a minha agrura,
da goela não me escapa tom aflito;
quisera ser gaivota, que revoa
nos céus dos mares verdes, sobre o oceano,
mas vivo aqui no chão, pisando rocha.
Quisera ser a chuva e sou garoa,
eu sou apenas flébil ser humano,
queimando em pleno inferno, ardente tocha.
Brasília, 16 de Outubro de 2010.
ESTILHAÇOS, pg. 108