XIV
 
O tempo passa a rir e rindo vai,
gargalha de prazer, tão desmedido,
tornando cada dia mais sofrido,
e cada aurora o mais tristonho ai.

O tempo ri da vida que se esvai,
de tudo que se foi, do amor perdido,
do sonho que morreu, sem ser vivido,
do véu que sobre tudo, aos poucos, cai.
 
Com ironia o tempo ri, gargalha
e, sem piedade, a morte sempre espalha,
carrega quem amamos nesta vida;
 
e passa, como o vento que farfalha,
afirma que haverá mais despedida,
que a dor jamais será, também, cerzida.

Brasília, 10 de Outubro de 2010.
Livro: Ciclos, pg.  39
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 10/10/2010
Reeditado em 09/09/2020
Código do texto: T2548051
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.