PRIMEIRO SONETO DE AMOR
Quando você me olha, diz meu nome
me toca, me ilumina com seus dedos
e, como quem tem sede, quem tem fome
me abraça e faz perder todos os medos,
quando murmura as coisas que eu queria
ouvir da sua boca, bem de perto,
queria o tempo todo e não sabia
(ou não podia imaginar ao certo),
eu sinto então vontade de ser sua,
o corpo inteiro livre, a alma nua
no sonho bom de amar e ser amada,
e quero ser de seda e de veludo
pra repousar seu sono, pra ser tudo,
mesmo sabendo que não vou ser nada.