PÁSSARO MATUTINO
Perturbada,nesta estranha encruzilhada
que à minha frente se vislumbra,
não escolho caminho. Nada me deslumbra.
Estou confusa...rio de mim, à gargalhada!
Meu corpo arde, mas não estou agasalhada!
Minha alma, imersa em suave penumbra
mais e mais se distancia e não se deslumbra...
Faz-me sentir mais sozinha e humilhada...
Talvez eu seja um ser solitário, peregrino,
tanto, que quase enlouqueço e me confundo!
Ou, quem sabe, um mudo pássaro matutino
que só quer esvoaçar p’ra um outro mundo
e voltar então, como um pássaro vespertino,
dono dum gorjeio suave, doce e profundo!..