"C A R I D A D E"
Que eu faça o bem...
e de tal modo o faça,
Que ninguém saiba o quanto me custou.
- Mãe, espero de ti mais esta graça:
- Que eu seja bom sem parecer que o sou.
Que o pouco que me dês...
me satisfaça;
E se, do pouco mesmo, algum sobrou,
Que eu leve esta migalha aonde a desgraça,
Inesperadamente, penetrou.
Que a minha mesa, a mais, tenha um talher,
Que seja, minha Mãe, Senhora nossa,
Para o pobre faminto que vier.
Que eu transponha tropeços e embaraços:
- Que eu não coma sozinho o pão que possa
Ser partido por mim... em dois pedaços.
(*) "Ato de Caridade", de Djalma Andrade.