CAMINHADA DO TEMPO.

Idade dos noventa. Aqui do alto

Faço um apelo ao sonho, à fantasia:

Não me deixe jamais, eu tornaria,

Ao insignificante e triste asfalto.

Para chegar aqui, de salto em salto,

Medindo passos e horas, noite e dia,

A fé me conduziu e mais, diria,

A vontade de ser hino em contralto.

Não me arrependo do que fiz, se errei,

É que o destino humano marca a lei

Do certo e errado, alvorada a alvorada.

Resta levar o tempo que me sobra,

Seguindo firme, refazendo a obra

Que produzi durante a caminhada.

19-06-2010, seis da manhã.