NA SOLIDÃO DE MIM

Entre as andorinhas a tarde toca realejo,
Os minutos parecem que são atemporais,
Na absoluta solidão de mim – vejo,
Os barcos lentamente deixarem o cais.

De repente, sou dominado pela vontade,
De ser um daqueles barcos cortando o mar,
À mercê do vento - sem responsabilidade,
Ir ao encontro de outros ares – navegar...

Mas, não passo de um limitado vivente,
Debruçado nas metáforas inacabadas,
De um amor que me retalha o ventre.

E apesar dessa janela escancarada,
Para um azul flutuante – reluzente,
Me sinto breu - preso entre a dor e o nada,