GAIVOTAS

As gaivotas que voam no meu céu

enquanto desce a tarde, vagarosa,

asas de sonho, penas de esperança,

têm a imagem da fé que tudo vence...

Quero que longa seja a tarde e more

a cair no poente, que as gaivotas

quando é noite recolhem-se no alpendre,

porque nas trevas só morcegos voam.

Durai, minhas gaivotas, mais um tempo,

nesse vôo de tardinha lenta e mansa,

mantendo-me a ilusão indefinida.

Quando deixardes de voar, por certo,

a tristeza me invade o coração,

Em 14-08-91