NO SUAVE AGONIZAR DE CADA DIA...
No suave agonizar de cada dia,
ténue prenúncio de cada outra noite,
se vai esvaindo minha falsa alegria
e sofro da angústia o duro açoite...
Não sinto nem uma esperança fugidia
de que algo se atreva... algo se afoite
a conseguir das trevas uma alforria,
p’ra evitar que a mágoa em mim pernoite!
Em cada noite de céu incógnito, cerrado,
mas promessa dum novo dia por nascer,
receio que o meu coração, encerrado,
desperte disposto e pronto p’ra renascer,
sem temer se esse é um caminho errado
e, resoluto, siga em frente sem esmorecer...
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