AVESSO CORAÇÃO
Pudesse desdobrar-me no interior do meu avesso,
À tona dos sorrisos que um dia foram meus,
Só lá a entrelaçar-me ao abraço de apreço
Que descuidadamente, no meu avesso, se perdeu.
Então desdobraria-me só em amores do meu peito!
Eu desenlaçaria os vãos caminhos pelos breus...
Com a chama da poesia que ilumina com adereços
A toda fantasia que sem rima... escureceu.
Pudesse revelar-me em âmago do meu avesso!
A me fazer despir toda poesia em convulsão...
Queimar-me na centelha em ampla luminosidade
Pudesse esvaecer-me-toda!- no fogo da paixão.
Se após me desdobrasse no avesso da saudade,
Quiçá em mim pulsasse um genuíno coração...