Depressivo - II
Dominas, pois, o saber do homem,
E não faz da ciência sua quimera.
Enfrentas, logo esperto, o que te espera,
Sem conhecer os que, pois, te consomem.
Os medos e segredos que a ti comem
Lhe querem mesmo se a ti não quisera.
Mortal! Teu vão alar, tua pantera,
São parcos, são coitados! Que te tomem!
Dependes fortemente de tua fera
E vês que és fraco, és simplesmente homem.
Sonhando, tua alma não pudera
Temer a realidade, tão sincera;
E ver que teus saberes de ti somem,
Ao ambiciar coruja tão austera!