O Edema crônico
Ao germinar no útero da infelicidade,
Uma sequela congênita de erro e escuridão
Surgiu oriunda da mitótica divisão
E produziu em mim o complexo da Incapacidade!
Hereditário anátema pai da bestialidade
Que ocasionou anos de solidão!
Viver à míngua na hebefrênica imaginação,
Na extrema ausência de afetos, na neutralidade.
Edema crônico que faz parte da minha sorte,
Dar-te-ei um último golpe certeiro
E de ti me livrarei com minha morte!
Serás entulho teleológico que o coveiro
Há de inumar na cova profanada,
E aí minha Dor também será enterrada!
abril de 2010