O Edema crônico

Ao germinar no útero da infelicidade,

Uma sequela congênita de erro e escuridão

Surgiu oriunda da mitótica divisão

E produziu em mim o complexo da Incapacidade!

Hereditário anátema pai da bestialidade

Que ocasionou anos de solidão!

Viver à míngua na hebefrênica imaginação,

Na extrema ausência de afetos, na neutralidade.

Edema crônico que faz parte da minha sorte,

Dar-te-ei um último golpe certeiro

E de ti me livrarei com minha morte!

Serás entulho teleológico que o coveiro

Há de inumar na cova profanada,

E aí minha Dor também será enterrada!

abril de 2010

Marcell Diniz
Enviado por Marcell Diniz em 24/04/2010
Reeditado em 02/01/2012
Código do texto: T2217212
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